domingo, 13 de fevereiro de 2011

2 p/ lá,2 p/ cá

Eu abro, fechando a porta.
Vou, querendo ficar.
Grito, tentando esconder.
Rio, buscando chorar.

Eu faço tanto, querendo desfazer.
Eu abro uma porta, querendo fugir pela outra. Vou embora, mesmo se me chamam, querendo ser chamada. Grito, pra esconder os meus sussuros, e rio, pra ver se o choro sai.
Faço promessas, que sei que não vou cumprir. Tomo atitudes certas, crendo que estão erradas.
Tento com toda minha racionalidade ofender a razão. Porque só isso tem graça, e é sem graça ser diferente.
Perco o foco tantas vezes, com a mente sempre em alerta. Conto as horas, num relógio atrasado. Os dias passam, mas nada nunca muda. Ou muda, permanecendo no mesmo lugar.
Leio livros sem palavras, ouço músicas sem versos. Sinto falta de momentos que ainda não passaram. Eu até abro a geladeira, procurando coisas que não estão lá.
Eu ando por vários caminhos, desconhecendo todos os passos. Eu rezo, mesmo sem acreditar.
A espera cansa, mas a ansia anima. Escrevo tantas linhas desconexas, querendo fazer uma conexão com a minha mente.
As cores são vivas, mas o cinza tinge o céu.
Na verdade, é só meu jeito de te encontrar, querendo me perder.

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