sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz Natal

O dinheiro pode comprar alguma felicidade – que tal um Jaguar na garagem? -, mas não o dom da alegria. Ninguém pode pagar pelo que a vida oferece de graça. “A felicidade é igual no súdito e no rei”, disse o poeta inglês Alexander Pope.
Mesmo assim, muitos de nós adiamos a apreciação das fugazes recompensas da vida até acharmos que temos dinheiro suficiente no banco.
Não conseguimos ter prazer em dormir até tarde num dia de semana, a não ser que seja feriado. E nos sentimos culpados ao aproveitar uma folga na viagem de negócios para ir pescar – afinal, só gente rica pode se dar ao luxo de não fazer nada. Deixar o celular em casa ao tirar cinco dias de férias, então, está fora de questão.
Se parar para pensar, vai ver que não faz sentido. Economizamos para ter a segurança de apreciar as coisas que o dinheiro não compra. Por que não nos damos permissão para tomar o que nos é oeferecido de graça? Por que achamos que temos de comprar nossa alegria?
Tudo bem, invente desculpas para não ser capaz de relaxar com mais frequência. A prestação da casa. A escola das crianças. Os impostos. O carro. Sem falar no ventilador que precisa ser trocado. tudo verdade. Mas, por mais urgente que pareça, a pressão financeira não é a única explicação para estarmos constantemente trabalhando. Na verdade, acreditamos que temos de conquistar o direito ao prazer. Quando se trata de sentir alegria, não queremos aceitar esmolas de deuses benevolentes.
E não culpe a ética religiosa por sua incapacidade de desfrutar o prazer de estar vivo. Há 25 séculos, na Grécia antiga, o filósofo Epicuro já pregava a alegria de viver isenta das amarras da opulência. Na refinada escola do Hedonismo que fundou em Atenas, a bebida comum era a água, e um pão simples de cevada era repartido entre os alunos.
Mesmo quem tem tudo – e dispõe de meios para ter o melhor – pode descobrir a satisfação de viver de maneira simples e, ao mesmo tempo, confortável.
Experimente, por exemplo, emprestar dinheiro sem juros a amigos que precisam – sem ligar se não puderem pagar logo. Melhor ainda, se puder, dê o dinheiro, sem pensar mais nele. Surpreendentemente, desfazer-se de um pouco de dinheiro pode ser uma experiência muito satisfatória.
Com menos dinheiro no bolso, você se sentirá liberado para fazer alguma coisa boba, como comer algodão-doce, ir a uma matinê no cinema ou sentar sob uma árvore para ler um bom livro.
V. Vienne
*****
Desejo a todos um FELIZ NATAL. Pensem bem no sentido desta época.
Que aprendam a dar valor ao que realmente importa na vida: família, amigos, amor, paz, harmonia, etc.
Amo muito todos vocês.
Sinceramente.

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