Eu olho pro relógio e vejo quantos dias já se passaram, e quantas horas foram perdidas.
Eu conto e vejo que já se passou muito tempo, ao mesmo tempo em que tudo se alongou como um bicho cansado. Um segundo leva uma eternidade pra passar, mas um momento voa como se o tempo fosse uma brincadeira cruel.
Está acabando.
E é um fato engraçado de se analisar.
Nós que pensávamos que duraria eternamente. Aquele tipo de eternidade que a gente sempre sabe que acaba um dia, mas que esse dia é tão distante quanto o pensamento da nossa morte, ou da efemeridade das coisas boas.
Ou não boas, apenas distoantes das aquarelas de todos os dias.
E eu olho para esse tempo que passou e vejo que aconteceu tanta coisa, mais do que talvez tivesse que acontecer. Contudo, continuo me indagando se aproveitamos tudo que tinha para ser aproveitado. Todas as novidades irresistíveis, e por isso mesmo, as mais difíceis e perigosas de colher.
Antes o tempo se contava por onde tinha se tinha começado, como uma coleção de conchinhas de praia, onde cada uma era uma coisa especial, porque era uma adição valiosa para aquela coleção, uma novidade.
Agora tudo é como uma ampulheta, que vai derrubando areia em cima de nós, por mais que tentemos empurrar a areia de volta.
Os dias já não são novidades, eles são um acréscimo, uma mala a mais na nossa bagagem, que já está cheia com as novidades de outras temporadas.
Sabe como quando alguém querido está para partir, e começa a arrumar a mala? Ele tira uma peça da gaveta e coloca na mala, então vira-se para buscar outra peça, e nesse intevalo, aproveitamos pra tirar a peça, e esconder debaixo da cama. Ele arruma, e eu vou lá desarrumar.
Porque está acabando.
E por mais que digam-nos (tu, ele, ela, ou eu) que não está acabando, e sim, está em vias de começar um outro jogo, eu continuo pensando que está acabando.
Porque iremos embora com as conchas e a areia, recomeçar tudo de novo num outro lugar.
E eu ainda queria que a nossa coleção estive no início.
Eu sinto que ainda há muito tempo para ser gasto nisso.
Ainda faltam conchinhas na minha coleção.
Falar, talvez, de como vejo tudo ao meu redor.Do que já não compartilho com ninguém por parecer por alguns segundos que sou o único ser vivente nesse mundo tão grande. Falar do falar, falar por falar.Ser necessidade de ter e ter necessidade de ser. De jogar com as palavras...palavras...
domingo, 20 de março de 2011
quarta-feira, 9 de março de 2011
De 1 tempo q ainda ñ passou
Eu ando com uma saudade funda, tão funda que me faz ter insônia.
Uma saudade de eu não sei o quê. Se é de coisas que passaram, coisas que estão longe, coisas que poderiam ter sido, ou coisas que eu ainda não vivi.
Costumo achar que são das que eu ainda não vivi.
Como se eu soubesse o que são, e sentisse a falta delas, esperando elas chegarem, sem saber quando, porquê ou se vão demorar. Só esperando que elas cheguem.
Fico assim, com essa saudade funda, que me tira o sono e o foco, porque nem imaginar coisas pra chamar o sono eu consigo; tento imaginar o que falta, mas não consigo advinhar, aí fico pensando, sonhando, adormecendo e acordando.
Pior do que sentir saudade é sentir saudade de algo que tu não sabes muito bem definir o que é. Se é alguém, um lugar, um sentimento, um momento, uma idéia, uma doidice. Qualquer coisa.
Eu não sei se pelo menos me conforta saber que a saudade vai acabar, porque eu não sei o que me falta. Como preencher um espaço que tu não sabes a forma, sabor, ou cheiro?
É tão confuso quantos os pensamentos que eu tenho semi-dormindo-desperta.
Eu só sei que sinto saudade.
Uma saudade de eu não sei o quê. Se é de coisas que passaram, coisas que estão longe, coisas que poderiam ter sido, ou coisas que eu ainda não vivi.
Costumo achar que são das que eu ainda não vivi.
Como se eu soubesse o que são, e sentisse a falta delas, esperando elas chegarem, sem saber quando, porquê ou se vão demorar. Só esperando que elas cheguem.
Fico assim, com essa saudade funda, que me tira o sono e o foco, porque nem imaginar coisas pra chamar o sono eu consigo; tento imaginar o que falta, mas não consigo advinhar, aí fico pensando, sonhando, adormecendo e acordando.
Pior do que sentir saudade é sentir saudade de algo que tu não sabes muito bem definir o que é. Se é alguém, um lugar, um sentimento, um momento, uma idéia, uma doidice. Qualquer coisa.
Eu não sei se pelo menos me conforta saber que a saudade vai acabar, porque eu não sei o que me falta. Como preencher um espaço que tu não sabes a forma, sabor, ou cheiro?
É tão confuso quantos os pensamentos que eu tenho semi-dormindo-desperta.
Eu só sei que sinto saudade.
terça-feira, 1 de março de 2011
Pessoas,palavras
Em termos, às vezes, eu costumo aprender com as pessoas.
E eu aprendi uma lição valiosa: as pessoas têm muito pouco, ou quase nenhuma, responsabilidade com o que dizem.
Quanto mais eu olho, é isso o que mais enxergo.
Mas até eu mesma caio nesse problema, de vez em quando.
É achar que o que se diz aqui, pode-se muito bem negar ali. Ou simplesmente não ligar.
Não ligar se é verdade, se realmente acha-se isso, ou pior ainda, se isso fere ou afeta alguém.
Todo mundo é muito dono da verdade e cheio de si. Eu sou isso, aquilo, e penso a, b e c.
Quando chega a hora e a realidade aperta, ninguém é mais isso ou aquilo, e o que eu disse foi de brincadeira, nem foi sério, poxa!
É raro manter o pé fincado a cerca dos 100% que sai de cada boca.
É mais fácil ser leviano e os outros que se lasquem, porque, afinal, são os outros.
Errar é humano, e blá blá blá, mas persistir no erro, ao meu ver, é falta de caráter. É não ter dignidade.
Magoar, ferir, mentir, enganar... Ou simplesmente não ligar, não ter palavra, ou a mínima consciência do ser/estar alheio, tu realmente achas que essas coisas são tão diferentes assim uma da outra?
As pessoas costumam achar que somos definidos sempre pelos grandes gestos.
Eu acho que nos pequenos e insignificantes atos residem muito do que vai no âmago de cada um. Quem tem olhos que veja.
As pessoas tem muito pouco responsabilidade com o que dizem.
E o que me surpreende é que não estão nem aí pra isso.
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